Americanização das trajetórias e a renegociação da dívida externa
notas sobre o início do governo Sarney
DOI:
https://doi.org/10.31990/agenda.2022.1.1Palavras-chave:
Dívida externa brasileira, Governo Sarney, Tratamento técnico, Tratamento político, Americanização das trajetóriasResumo
O artigo analisa o embate ocorrido no início do governo Sarney entre os defensores do chamado tratamento técnico da dívida externa – o qual alinhava-se com o monetarismo e implicava na manutenção do acordo draconiano da ditadura – e os proponentes de uma reconversão ao tratamento político – mais próximo a heterodoxia e baseado num endurecimento das negociações. Mobilizando análise documental, entrevista e prosopografia, examinou-se a relação entre a americanização das trajetórias e a preferência pela negociação técnica. Retomando a discussão sobre o papel do capital internacional nas guerras palacianas dos países periféricos, interpretou-se tal relação como uma forma positiva de “afinidade eletiva”, ou seja, uma convergência e atração mútua entre uma socialização caracterizada pela passagem pelos EUA e contato com sua ideologia liberal e a predileção por uma política externa alinhada à ortodoxia econômica e complacente frente aos interesses internacionais e, sobretudo, estadunidenses.
Referências
AHMED, A. et al. Confidencial: O roteiro do FMI. Jornal do Commercio (RJ), 12 abr. 1985b.
AMERICANOS anunciam redução do déficit. Correio Braziliense (DF), 23 set. 1985.
ATUAÇÃO de Funaro no FMI deixou Sarney satisfeito. Jornal do Commercio (RJ), 21 set. 1985.
BAECK, L. O desequilíbrio da economia internacional dos anos 80. Pesq. Plan. Econ., v. 17, n. 1, p. 221-250, abr. 1987.
BANCO Central substitui o diretor da Área Externa. Jornal do Brasil (RJ), 27 abr. 1985.
BANQUEIRO terá encontro hoje com Figueiredo. Diário de Pernambuco (PE). 11 fev. 1985b.
BONA, A. (2020). Risco-país: o que é e como ele é mensurado. Disponível em: https://andrebona.com.br/risco-pais-o-que-e-e-como-ele-e-mensurado/ Acesso em 10 nov. 2020.
BOURDIEU, P. Razões práticas: sobre a teoria da ação. Campinas: Papirus, 1996a.
______. The state nobility: elite schools in the field of power. Stanford: Stanford University Press, 1996b.
BRASIL muda de tom e critica a atitude dos credores. Jornal do Brasil (RJ), 27 mar. 1985a
BRASIL não negocia o seu crescimento. Jornal do Commercio (RJ), 18 set. 1985b.
BRASIL não rola dívida à mexicana. Jornal do Commercio (RJ), 1° abr. 1985c.
BUENO, R. As três dívidas de um país chamado Brasil. Jornal do Commercio (RJ), 15 abr. 1985a.
______. Finalmente, um diagnóstico sem mistificação. Jornal do Commercio (RJ), 18 maio 1985b.
______. O que fazer com os juros da dívida externa. Jornal do Commercio (RJ), 16 abr. 1985c.
______. Sayad, Dornelles e a renegociação da dívida. Jornal do Commercio (RJ), 20 abr. 1985e.
______. Uma doação de vários trilhões de cruzeiros. Jornal do Commercio (RJ), 4 maio 1985f.
CAMPERO, A. M. Uma visão americana. Jornal do Commercio (RJ), 15 mar. 1985.
CARVALHO, J. A. Sarney exige tratamento político da dívida. Correio Braziliense (DF), 23 set. 1985.
COMPROMISSO com a nação. Jornal do Brasil (RJ), 8 ago. 1984.
CORTEZ, A. C. S. et al. O período de 1981 a 1985 do governo Reagan e o processo de consolidação dos EUA como principal potência mundial. XI Congresso Brasileiro de História Econômica e 12ª Conferência Internacional de História das Empresas. Vitória: ABPHE, 2015.
COSTA, A. Gomes da. Resgate da dívida e da esperança. Jornal do Commercio (RJ), 28 mar. 1985.
DEMISSÃO de Freitas será esclarecida. Jornal do Commercio (RJ), 12 jun. 1985.
DEVEDORES definem posição. Jornal do Commercio (RJ), 6 e 7 out. 1985.
DEZALAY, Y. e GARTH, B. A dolarização do conhecimento científico. RBCS, vol. 15, n. 43, p. 163-176, jun. 2000.
DISCURSO de Sarney atingiu os objetivos. Jornal do Commercio (RJ), 24 set. 1985a.
DISCURSO de Sérgio de Freitas em Viena desagradou credor. Jornal do Commercio (RJ), 20 jun. 1985b.
DÍVIDA tem órgão próprio. Jornal do Commercio (RJ), 20 nov. 1985.
DURKHEIM Émile. Da divisão do trabalho social. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
ECONOMISTAS acham que é apenas uma manobra. Jornal do Commercio (RJ), 8 out. 1985.
ENGELMANN, F. Globalização e poder de Estado: circulação internacional de elites e hierarquias no campo jurídico brasileiro. Dados, vol. 55, n. 2, p. 487-516, 2012.
FAZENDA garante que Brasil não decreta moratória. Jornal do Brasil (RJ), 28 nov. 1986.
FUNARO descarta novo acordo com o FMI. Jornal do Commercio (RJ), 26 nov. 1985a.
FUNARO propõe aumentar capital do Bird. Jornal do Commercio (RJ), 9 out. 1985b.
FUNARO quer acordo de 16 anos com os bancos. Jornal do Commercio (RJ), 19 set. 1985c.
FUNDO exige novo ajustamento interno. Jornal do Commercio (RJ), 8 out. 1985.
GRÜN, R. A dominação financeira no Brasil contemporâneo. Tempo Social, v. 25, n. 1, p. 179-213, jun. 2013.
JUL vê o fluxo da arrecadação. Jornal do Commercio (RJ), 23 fev. 1984.
KUNTZ, R. EUA pressionam o Brasil a acordo com o FMI. Jornal do Commercio (RJ), 8 out. 1985a.
______. Grupo dos 24 não aceita inspeção especial do FMI. Jornal do Commercio (RJ), 4 out. 1985b.
LEITÃO, M. Galbraith propõe moratória temporária. Jornal do Brasil (RJ), 26 nov. 1986.
LEMGRUBER fala pelo país. Correio Braziliense (DF), 16 abr. 1985.
NEGREIROS, J. Em dois meses, o balanço é positivo. Jornal do Brasil (RJ), 3 nov. 1985c.
PETRÓLEO, juros e comércio abrem o debate em Londres. Jornal do Commercio (RJ), 8 jun. 1984.
PMDB propõe linha dura para negociar. Jornal do Brasil (RJ), 15 maio 1985.
PORTELLA FILHO, P. O ajustamento na América Latina: crítica ao modelo de Washington. Lua Nova, n. 32, p. 205-233, abr. 1994.
PRINCIPAL exigência é abrir mercados. Jornal do Commercio (RJ), 23 out. 1985.
PROFISSÃO de fé. Jornal do Brasil (RJ), 16 mar. 1985.
QUEREMOS uma Nova República. Jornal do Commercio (RJ), 15 mar. 1985.
RENEGOCIAÇÃO da dívida não muda. Jornal do Commercio (RJ), 28 abr. 1985.
ROSENBERG, L. P. Entrevista via WhatsApp, 3 mar./21 maio 2021.
SARNEY demite diretor do BC. Correio Braziliense (DF), 27 abr. 1985a.
SARNEY diz ao Post que renegociação da dívida ajuda o Brasil. Jornal do Brasil (RJ), 28 mar. 1985b.
WEBER, M. A ética protestante e o “espírito” do capitalismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Agenda Política

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Direito Autoral
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License o que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões da revista.
- Após a primeira publicação, o autor tem autorização para assumir contratos adicionais, independentes da revista, para a divulgação do trabalho por outros meios (ex: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), desde que feita a citação completa da mesma autoria e da publicação original.
- O autor de um artigo já publicado tem permissão e é estimulado a distribuir o seu trabalho on-line, sempre com as devidas citações da primeira edição.