Governança marinha
uma análise comparativa da atuação não-estatal em Unidades de Conservação no Nordeste do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.14244/agenda.2024.1.7Palavras-chave:
Governança marinha, Oceanos, Unidades de conservação (UCs), Atores não-governamentais, Proteção ambientalResumo
Qual o papel dos atores não-estatais na governança marinha? A presente pesquisa focou o primeiro passo: mapear a atuação em Áreas de Proteção Ambiental (APA) no Nordeste do Brasil. A teoria enfatiza problemas e políticas ambientais, além dos desafios da governança nos âmbitos global e desdobramentos no local. Do ponto de vista metodológico, empregamos o método comparado, analisando dados de fontes primárias e secundárias, de duas Unidades de Conservação (UC): a área de proteção ambiental (APA) Costa dos Corais (PE/AL), considerada a maior UC costeiro-marinha do Brasil, e a APA Naufrágio Queimado (PB). Foram mapeadas e categorizadas em torno de 25 organizações não-governamentais (ONGs) em atividade, observando sua proximidade com a comunidade científica e a esfera internacional. A maioria desempenha iniciativas de limpeza de praias, projetos socioambientais voltados para à conservação de fauna, bem como de apoio a comunidades de pescadores. Foram observadas outras diferenças, ampliando possibilidades de tipologia e levantando questões para uma agenda de pesquisa.
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