A Ciência Política no Brasil

passado, presente e futuro

Autores

  • Maria do Socorro Sousa Braga Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

DOI:

https://doi.org/10.31990/agenda.2022.3.6

Palavras-chave:

Ciência Política, Pós-Graduação, Formação, Institucionalização, Brasil

Resumo

Este artigo tem dois objetivos. O primeiro busca traçar panorama da formação e da trajetória de institucionalização da Ciência Política brasileira como campo acadêmico e profissional próprio. Para dar conta do seu passado e presente, esta análise recorre à revisão da literatura, buscando compreender os processos de constituição desta área ao longo do século XX, mas também descrever, com os dados acerca dos programas de pós-graduação disponíveis, como vem se dando sua expansão geográfica pelo território nacional e suas subáreas temáticas, do ponto de vista do ensino pós-graduado e da pesquisa. O segundo objetivo trata de identificar aspectos relacionados ao ritmo lento da institucionalização dessa área e pensar propostas de ação visando a estados futuros deste campo do conhecimento. Entre as principais conclusões destacam-se que elementos exógenos e endógenos influenciaram a formação e o processo de institucionalização desta área no Brasil, resultando numa disciplina marcada, por um lado, pelo pluralismo nas formas de fazer ciência política e, por outro lado, no estabelecimento de organizações acadêmicas que vem oferecendo as principais oportunidades para a institucionalização da área.  

Biografia do Autor

Maria do Socorro Sousa Braga, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

Professora e pesquisadora associada do Departamento de Ciências Sociais e do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Referências

ALMEIDA, M. H. T. de. Ciência Política no Brasil, avanços e desafios. In: MARTINS, C. B. (Org). Para onde vai a Pós-graduação em Ciências Sociais no Brasil. Bauru: Edusc, p. 105-121, 2005.

AVRITZER, L. O papel do pluralismo na formação e consolidação da ciência política no Brasil. In: AVRITZER, L.; MILANI, C. R. S.; BRAGA, M. do S. (Orgs.). A ciência política no Brasil: 1960-2015. Rio de Janeiro: Editora FGV, p. 163-187, 2016.

AVRITZER, L.; MILANI, C. R. S.; BRAGA, M. do S. (Org.) A Ciência Política no Brasil: 1960-2015. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2016.

CARVALHO, J. M. Elite and State-Building in Imperial Brazil. Stanford University, 1975.

CODATO, A. Aula Inaugural no Departamento de Ciência Política da Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2021.

FAORO, R. Os Donos do Poder: Formação do patronato político brasileiro. Porto Alegre: Editora Globo, 1975.

FORJAZ, M. C. S. A emergência da Ciência Política acadêmica no Brasil: aspectos institucionais. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v.12, n.35, 1997.

KEINERT, F. C.; SILVA, D. P. A gênese da ciência política brasileira. Tempo Social, v. 22, n.1, p. 79-98, 2010.

LAMOUNIER, B. A Ciência Política nos Anos 80. Brasília: Editora UnB, 1982.

LAMOUNIER, B.; CARDOSO, F. H. Os Partidos e as Eleições no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1975.

LEAL, V. N. Coronelismo, Enxada e Voto: O município e o regime representativo no Brasil. São Paulo: Editora Alfa-Omega, 1975.

LEITE, F.; CODATO, A. Autonomização e institucionalização da Ciência Política brasileira: o papel do sistema Qualis-Capes. Revista Agenda Política, v.1, n. 1, p. 1-21, 2013.

LIMA JUNIOR, O. B. de. Partidos Políticos Brasileiros: A experiência federal e regional: 1945-1964. Rio de Janeiro: Graal, 1983.

MARENCO, A. Cinco décadas de ciência política no Brasil: institucionalização e pluralismo. In: AVRITZER, L.; MILANI, C. R. S.; BRAGA, M. do S. (Orgs.). A ciência política no Brasil: 1960-2015. Rio de Janeiro: Editora FGV, p. 163-187, 2016.

MIYAMOTO, S. O estudo das relações internacionais no Brasil: o estado da arte. Revista de Sociologia e Política, n. 12, p. 83-98, 1999.

REIS, F. W. Os Partidos e o Regime: A lógica do processo eleitoral brasileiro. São Paulo: Símbolo, 1978.

_____. O Tabelão e a Lupa: teoria, método generalizante e idiografia no “contexto brasileiro”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v.16, n.6, Rio de Janeiro, 1991.

_____. Political Development and Social Class: Brazilian Authoritarianism in Perspective. Harvard University, 1974.

SANTOS, W. G. dos. Ordem Burguesa e Liberalismo Político. São Paulo: Duas Cidades, 1978.

_____. Quem dará o golpe no Brasil?. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1962.

_____. The calculus of conflict: impasse in Brazilian politics and the crisis of 1964. Stanford University, 1979.

SCHWARTZMAN, S. Representação e Cooptação Política no Brasil. Dados, n. 7, p. 9-41, 1970.

_____. São Paulo e o Estado Nacional. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1975.

SOARES, G. A. D. Sociedade e Política no Brasil. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1973.

SOUZA, M. do C. C. Estado e partidos políticos no Brasil (1930 a 1964). São Paulo: Alfa-Omega, 1976.

TATAGIBA, L. Prestígio e impacto da Ciência Política Brasileira - Ciência Política em Movimento. Ciência Política em Movimento, n.1, Unicamp/UFPR/IESP, 2020. Disponível em: <https://www.facebook.com/watch/live/?ref=watch_permalink&v=3134822979960429>. Acesso em: 12 de fevereiro de 2023.

TRINDADE, H. Ciências Sociais no Brasil em perspectiva: fundação, consolidação e expansão. In: TRINDADE, H. (Org.). As Ciências Sociais na América Latina em perspectiva comparada: 1930-2005. Porto Alegre: Editora da UFRGS, p. 71-170, 2007.

______. Integralismo: o fascismo brasileiro na década de 30. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1974.

Downloads

Publicado

2023-08-22

Como Citar

BRAGA, M. do S. S. . A Ciência Política no Brasil: passado, presente e futuro. Revista Agenda Política, [S. l.], v. 10, n. 3, p. 147–164, 2023. DOI: 10.31990/agenda.2022.3.6. Disponível em: https://www.agendapolitica.ufscar.br/index.php/agendapolitica/article/view/986. Acesso em: 27 jul. 2024.