Perfil dos reguladores e a internacionalização do sistema bancário brasileiro
há relação? (1995-2014)
DOI:
https://doi.org/10.31990/agenda.2022.1.2Palavras-chave:
Sistema Bancário, Sociologia Política, InternacionalizaçãoResumo
O presente artigo objetiva analisar se há relação possível entre o perfil sociológico de carreira e formação dos reguladores do sistema bancário nacional e a internacionalização do mesmo durante os governos de Fernando Henrique Cardoso, Lula da Silva e o primeiro mandato de Dilma Rousseff. Para isto, foram levantados dados sociológicos de estudos recentes da área de Sociologia Política que abordaram o perfil dos decisores da política econômica, e depois, relacionados com informações quanto ao processo de internacionalização do sistema. Estas informações contém a presença de bancos brasileiros no exterior, a presença de bancos estrangeiros no Brasil e a adaptação do sistema às normativas internacionais. A partir dos dados coletados, identificamos que o caráter sociológico dos reguladores ao longo dos três governos estudados não é uma variável explicativa para as oscilações na internacionalização do sistema. Entretanto, são necessários mais estudos para que se possa afirmar categoricamente que não é possível traçar um paralelo entre perfil sociológico dos gestores públicos da regulamentação bancária e a internacionalização dos bancos.
Referências
ADOLPH, Christopher. Bankers, Bureaucrats, and Central Bank Politics: The Myth of Neutrality. Cambridge: Cambridge University Press, 2013.
ALVARENGA, Darlan. Concentração aumenta e bancos já detém mais de 80% dos bancos do Brasil. G1, São Paulo, 03 ago. 2015. Disponível em: http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/08/concentracao-aumenta-e-5-bancos-ja-detem-mais-de-80-dos-ativos-no-pais.html. Acesso em: 03 mai. 2021.
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Evolução do Sistema Financeiro Nacional - 2001. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/publicacoes/relatorioevolucaosfnano/31122001. Acesso em: 03 mai. 2021
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Evolução do Sistema Financeiro Nacional - 2002. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/publicacoes/relatorioevolucaosfnano/31122002. Acesso em: 03 mai. 2021.
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Evolução do Sistema Financeiro Nacional - 2003. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/publicacoes/relatorioevolucaosfnano/31122003. Acesso em: 03 mai. 2021
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Evolução do Sistema Financeiro Nacional - 2004. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/publicacoes/relatorioevolucaosfnano/31122004. Acesso em: 03 mai. 2021.
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Evolução do Sistema Financeiro Nacional - 2005. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/publicacoes/relatorioevolucaosfnano/31122005. Acesso em: 03 mai. 2021.
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Evolução do Sistema Financeiro Nacional - 2006. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/publicacoes/relatorioevolucaosfnano/31122006. Acesso em: 03 mai. 2021.
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Evolução do Sistema Financeiro Nacional - 2007. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/publicacoes/relatorioevolucaosfnano/31122007. Acesso em: 03 mai. 2021.
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Sistema Financeiro Nacional (SFN). 20XX. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/sfn. Acesso em: 03 mai. 2021.
BANCO DO BRASIL. Sustentabilidade. 20XX. Disponível em: https://ri.bb.com.br/governanca-e-sustentabilidade/sustentabilidade. Acesso em: 03 mai. 2021.
BANK FOR INTERNATIONAL SETTLEMENTS – BIS. Implementation of Basel standards: A report to G20 Leaders on implementation of the Basel III regulatory reforms. Basel Committee on Banking Supervision, p.5-17, nov/2014.
BOSCHI, Renato Raul. Elites industriais e democracia. Rio de Janeiro: Graal, 1979.
BRADESCO. Relatório Integrado. 20XX. Disponível em: https://www.bradescori.com.br/o-bradesco/relatorio-integrado. Acesso em: 03 mai. 2021.
BUCH, Claudia M.; KOCH, Cathérine T.; KOETTER, Michael. Do banks benefit from internationalization? Revisiting the Market Power – Risk Nexus. Review of Finance, v. 17, n. 4, p. 1401-1435, 2013.
CAIXA. Relatórios de Sustentabilidade. 20XX. Disponível em: https://www.caixa.gov.br/sustentabilidade/na-caixa/relatorios/Paginas/default.aspx. Acesso em: 03 mai. 2021.
CARDOSO, Fernando Henrique. Empresário industrial e desenvolvimento econômico no Brasil. São Paulo: Difel, 1964.
CARVALHO, Agostinho Garrido Teixeira de. Acordo de Basileia II no Brasil: implantação, supervisão e fatores de risco dos principais bancos brasileiros. Dissertação (Mestrado em Regulação e Gestão de Negócios) – Universidade de Brasília, Brasília, 2011.
CARVALHO, Carlos Eduardo; VIDOTTO, Carlos Augusto. Abertura do setor bancário ao capital estrangeiro nos anos 1990: os objetivos e o discurso do governo e dos banqueiros. Nova Economia, v. 17, n. 3, p.395-425, 2007.
CARVALHO, José Murilo de. A construção da ordem: a elite política imperial; Teatro de sombras: a política imperial. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1996.
CHESNAIS, François. A mundialização do capital. São Paulo: Xamã, 1996.
CODATO, Adriano. Sistema estatal e política econômica no Brasil pós-64. São Paulo: Editora Hucitec, ANPOCS e Editora UFPR, 1997.
CODATO, Adriano; CAVALIERI, Marco Antonio. Diretores do Banco Central do Brasil nos governos Cardoso, Lula e Dilma: uma radiografia dos seus backgrounds educacionais. Newsletter: Observatório de elites políticas e sociais do Brasil, v. 2, n. 5, p. 1-17, 2015.
CODATO, Adriano. et al. La connexion financière. Gouvernement et action publique, v. 8, n. 1, p. 137-155, 2019.
CODATO, Adriano. et al. Economic mainstream and power: a profile analysis of Central Bank directors during PSDB and PT governments in Brazil. Nova economia, v. 26, n. 3, p. 687-720, 2016.
COELHO, Francisco da Silva. Provisão e alocação de capital – dois conceitos importantes. Portal da Associação Brasileira de Bancos, 20XX. Disponível em: http://portalabbc.org.br/ADM/artigosestudosconfig/uploads/54779313991698634700_Provisaoealocacodecapital.pdf. Acesso em: mai. 2021.
CORAZZA, Gentil; OLIVEIRA, Reci. Os bancos nacionais face à internacionalização do sistema bancário brasileiro. Revista Análise Econômica, n. 47, p.151-184, 2007.
COSTA, Fernando Nogueira da. Desnacionalização: Reserva e Abertura do Mercado aos Bancos Estrangeiros. Blog Cidadania & Cultura, 2010. Disponível em: https://fernandonogueiracosta.wordpress.com/2010/09/28/aula-sobre-bancos-estrangeiros/. Acesso em: 10 dez. 2021.
CUERVO-CAZURRA, Álvaro. Las distancias en el proceso de internacionalización: el caso del Banco Santander. Universia Business Review, n.17, p. 96-111, 2008.
CUNHA, Marina Martins Brito da. Os Acordos de Basileia I, II, III e o mercado bancário brasileiro: um estudo sobre os principais desafios da gestão de liquidez nesse novo cenário. 2014. Tese (Doutorado em Ciências Contábeis e Atuariais) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.
DALLA COSTA, Armando; SOUZA-SANTOS, Elson Rodrigo de. A internacionalização do Banco do Brasil em dois momentos distintos de sua história. Economia & Tecnologia, v. 7, n. 26, p.1-7, 2011.
DANTAS, Eric Gil. A autonomia do Banco Central do Brasil: uma proposta de mensuração a partir do perfil dos seus diretores (1985-2016). 2019. Tese (Doutorado em Ciência Política) – Programa de Pós-Graduação em Ciência Política, Universidade Federal do Paraná, Curitiba.
FLEISCHER, David. O recrutamento político em Minas, 1890-1918. Revista brasileira de estudos políticos, p. 9-94, 1971.
FREITAS, Maria Cristina P. Emissões brasileiras no mercado financeiro internacional nos anos 90. In: FREITAS, Maria Cristina P. (Org.). Abertura do sistema financeiro no Brasil nos anos 90. São Paulo: Fundap/Fapesp, 1999.
FREITAS, Maria Cristina P. A internacionalização do sistema bancário brasileiro. In: 1566 - Texto para discussão: Ipea, p.6-83, 2011.
GELEILATE, José Mauricio; FORTE, Sérgio. Motivações e estratégias de internacionalização dos três maiores bancos brasileiros frente à nova configuração econômica mundial. Revista Portuguesa e Brasileira de Gestão, v. 11, n. 1, p. 2-12, 2012.
GEVEHR, Daniel L.; HEDLER, Tiago. Burocracia e desenvolvimento: uma análise crítica da produção acadêmica recente. Revista Brasileira de Planejamento e Desenvolvimento, v.10, n.3, p.500-516, 2021.
GONÇALVES, Maria de Fátima da Costa. Uma contribuição para pensar as políticas públicas de educação: a burocracia como sujeito do processo de políticas públicas. Revista de Políticas Públicas, v.12, n.1, 2008.
GUARANÁ, Lucrécia Tibúrcio. Os acordos da Basiléia e Sistema Financeiro mais seguro: Algumas evidências empíricas. 2013. 90 f. Dissertação (Mestrado em Economia) – Centro de Ciências Sociais e Aplicadas, Universidade Federal de Pernambuco, Recife.
HELLWIG, Martin F. Competition policy and sector-specific regulation in the financial sector. MPI Collective Goods Discussion Paper, n. 2018/7, p.1-25, 2018.
ITAÚ UNIBANCO. Relações com investidores. 20XX. Disponível em: https://www.itau.com.br/relacoes-com-investidores/Default.aspx. Acesso em: 03 mai. 2021.
ITAÚSA. Relato Integrado e Relatórios Anuais. 20XX. Disponível em: https://www.itausa.com.br/Relato-Integrado-e-Relatorios-Anuais. Acesso em: 03 mai. 2021.
JABRA, Diana Hanna Stiphan. A falta de internacionalização dos bancos brasileiros. 2018. 210 p. Dissertação (Mestrado em Administração) – Faculdade Economia, Contabilidade e Administração, Universidade de São Paulo, São Paulo.
MARENCO DOS SANTOS, André. Nas fronteiras do campo político: Raposas e outsiders no Congresso Nacional. Revista brasileira de Ciências Sociais, v. 12, n. 33, p. 87-101, 1997.
MARQUES, Moisés. Construção institucional e regulação bancária em uma jovem democracia em processo de integração econômica. In: SOLA, Lourdes; LOUREIRO, Maria Rita (Org.). Democracia, Mercado e Estado: O B de Brics. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2011, p. 213-248.
MARX, Karl. O capital: Livro III. São Paulo: Boitempo Editorial, 2017.
MEDEIROS, Otávio Ribeiro de; PANDINI, Emerson Jader. Índice de Basiléia no Brasil: bancos públicos x privados. Revista de Educação e Pesquisa em Contabilidade (REPeC), v. 1, n. 2, p. 22-42, 2007.
MEYER, Victor. Internacionalização dos bancos brasileiros: motivações produtivas ou parasitárias? (indagações para uma pesquisa). Sentientibus, n. 17, p. 101-115, 1997.
MINELLA, Ary César. Banqueiros: organização e poder político no Brasil. Rio de Janeiro: Espaço e Tempo, 1988.
MORAES, Claudio Oliveira de. Regulação e Supervisão Bancária – O Problema do Incentivo e do Comportamento Agregado dos Bancos. Dissertação (Mestrado em Administração) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2011.
OLIVEIRA, Giuliano Contento de; FERREIRA, Adriana Nunes. BASILEIA III: Concepção e Implementação no Brasil. Revista Tempo do Mundo, v. 4, n. 1, p. 115-146, 2018.
OLIVIERI, Cecília. Os controles políticos sobre a burocracia. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 45, n.5, p. 1395-1424, 2011.
PERISSINOTTO, Renato M. Artigo: Política e sociedade: por uma volta à Sociologia Política. Política & sociedade, v. 3, n. 5, p. 203-232, 2004.
PERISSINOTTO, Renato M. Por que é importante estudar as elites políticas?. Perspectivas – Revista de Ciências Sociais, São Paulo, v. 53, p. 137-158, 2019.
PERISSINOTTO, Renato. et al. Redes sociais e recrutamento: o caso dos diretores e presidentes do Banco Central do Brasil (1994-2016). Tempo social, v. 29, n. 3, p. 61-82, 2017.
PERISSINOTTO, Renato. et al. Elites estatais e industrialização: ensaio da comparação entre Brasil, Argentina e México (1920-1970). Revista de Economia Política, v. 34, n. 3, 2014.
PETROU, Andreas. Multinational banks from developing versus developed countries: Competing in the same arena?. Journal of International Management, v. 13, n. 3, p. 376-397, 2007.
RAPOSO, Rodrigo. Banco Central do Brasil: O Leviatã Ibérico. São Paulo-Rio de Janeiro: Hucitec Editora; Editora PUC Rio, 2011.
SANTOS, Fabiano. Deputados federais e instituições legislativas no Brasil: 1946-1999. In: BOSCHI, R; DINIZ, E.; SANTOS, F (eds.), Elites políticas e econômicas no Brasil Contemporâneo, São Paulo: Fundação Konrad-Adenauer, 2000, p. 89-117.
SARTORI, Giovanni. Da Sociologia da política à Sociologia Política. In: LIPSET, S. M. (Org.). Política e Ciências Sociais. Rio de Janeiro: Zahar, 1969.
SERRA, Fernando Ribeiro; NUNES, Carlos Cesar Camargo; FERREIRA, Manuel Portugal. Internacionalização bancária brasileira: estudo de caso do banco Itaú. RAUnP, v. 3, n. 2, p. 57-74, 2011.
SHIVE, Sophie A.; FORSTER, Margaret M. The revolving door for financial regulators. Review of Finance, v. 21, n. 4, p. 1445-1484, 2017.
SOLA, Lourdes; KUGELMAS, Eduardo; WHITEHEAD, Laurence. Banco Central: Autoridade Política e democratização - um equilíbrio delicado. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2002
TAYLOR, Matthew M. Institutional Development through Policy-Making: a case study of the Brazilian Central Bank. World Politics, v. 61, n. 3, p. 487-515, 2009.
TOUSSAINT, Éric. Bancocracia. Barcelona: Icaria Editorial, 2014.
VIEIRA, Augusto. O processo de internacionalização das operações de serviços financeiros: uma avaliação do Banco Bradesco S.A. 2018. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Econômico) – Setor de Ciências Humanas, Universidade Federal do Paraná, Curitiba.
WENERCK VIANNA, Maria Lúcia Teixeira. A administração do" milagre": o Conselho Monetário Nacional, 1964-1974. Petrópolis: Vozes, 1987.
WIRSCHING, Elisa. The Revolving Door for Political Elites: Policymakers’ Professional Background and Financial Regulation. EBRD Working Paper, n. 222, p.1-39, 2018.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Agenda Política

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Direito Autoral
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License o que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões da revista.
- Após a primeira publicação, o autor tem autorização para assumir contratos adicionais, independentes da revista, para a divulgação do trabalho por outros meios (ex: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), desde que feita a citação completa da mesma autoria e da publicação original.
- O autor de um artigo já publicado tem permissão e é estimulado a distribuir o seu trabalho on-line, sempre com as devidas citações da primeira edição.