A segmentação vertical do Estado e as frações da classe do capital
DOI:
https://doi.org/10.14244/agenda.2023.1.1Palavras-chave:
Poder central, Poder local, Sistema FederativoResumo
O artigo sustenta o argumento de que a relação governo nacional/governo subnacional é condicionada pela relação burguesia da região-polo/burguesia periférica. Apresenta-se o significado de fração de classe do capital e expõe-se a relação da clivagem poder central/poder local com o sistema de frações capitalistas por fim. Parte-se da consideração de que a postura da burguesia periférica pode assumir três posições distintas: a subordinação (burguesia associada); a autonomia (burguesia regionalista); o conflito seletivo (burguesia interna). Em particular, os capitais produtivos -agrários e industriais - na região periférica inclinamse à posição de burguesia interna, envolvendo-se em conflitos seletivos com a burguesia da região-pólo, dadas as bases de acumulação periférica. O resultado concreto da análise aponta que a conquista da hegemonia política pela burguesia agrária no Piauí dos anos 2000 possibilitou uma presença mais “ativa” da classe dominante local no cenário nacional.
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