A segmentação vertical do Estado e as frações da classe do capital

Autores

  • Francisco Pereira de Farias Universidade Federal do Piauí (UFPI)

DOI:

https://doi.org/10.14244/agenda.2023.1.1

Palavras-chave:

Poder central, Poder local, Sistema Federativo

Resumo

O artigo sustenta o argumento de que a relação governo nacional/governo subnacional é condicionada pela relação burguesia da região-polo/burguesia periférica. Apresenta-se o significado de fração de classe do capital e expõe-se a relação da clivagem poder central/poder local com o sistema de frações capitalistas por fim. Parte-se da consideração de que a postura da burguesia periférica pode assumir três posições distintas: a subordinação (burguesia associada); a autonomia (burguesia regionalista); o conflito seletivo (burguesia interna). Em particular, os capitais produtivos -agrários e industriais - na região periférica inclinamse à posição de burguesia interna, envolvendo-se em conflitos seletivos com a burguesia da região-pólo, dadas as bases de acumulação periférica. O resultado concreto da análise aponta que a conquista da hegemonia política pela burguesia agrária no Piauí dos anos 2000 possibilitou uma presença mais “ativa” da classe dominante local no cenário nacional.

Biografia do Autor

Francisco Pereira de Farias, Universidade Federal do Piauí (UFPI)

Doutor em Ciência Política pela Universidade Estadual de Campinas. Professor associado do departamento de Ciências Sociais e membro do programa de pós-graduação em Sociologia da Universidade Federal do Piauí.

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Publicado

2023-12-07

Como Citar

FARIAS, Francisco Pereira de. A segmentação vertical do Estado e as frações da classe do capital. Revista Agenda Política, [S. l.], v. 11, n. 1, p. 14–28, 2023. DOI: 10.14244/agenda.2023.1.1. Disponível em: https://www.agendapolitica.ufscar.br/index.php/agendapolitica/article/view/744. Acesso em: 24 jan. 2025.

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