Mulheres partidárias
atuação militante e participação nas atividades dos partidos
DOI:
https://doi.org/10.31990/agenda.2021.1.7Palavras-chave:
Filiação partidária, Mulheres e partidos políticos, Recrutamento partidário feminino, Mulheres e política partidáriaResumo
O artigo analisa como as mulheres filiadas a partidos políticos atuam no âmbito interno da estrutura e da organização das legendas. O foco analítico está na participação das mulheres nas atividades partidárias, considerando que a literatura aponta tal participação como um dos fatores que impulsionam carreiras políticas femininas. São avaliadas como os seguintes fatores influenciam essa participação: variáveis socioeconômicas; capital familiar e capital militante; espectro ideológico das legendas; interesse das informantes em se candidatar para disputar eleições. A hipótese, confirmada, é que mulheres filiadas a partidos de esquerda, solteiras e mais escolarizadas são as mais participativas na estrutura das agremiações. O estudo deriva de um questionário com 419 filiadas. O principal locus de atuação delas se dá na esfera virtual. Os movimentos estudantis e sociais são os principais mecanismos de recrutamento partidário de mulheres de esquerda, enquanto na direita são as relações de parentesco.
Referências
ALENCAR, Joana et al. Participação social e desigualdades nos conselhos nacionais. Sociologias, v. 15, n. 32, 2013. p. 112-146.
ALMEIDA, Maria Antónia Pires. Mulheres na política portuguesa. In: FERREIRA, Eduarda et al (Org.). Percursos feministas: desafiar os tempos. Lisboa: Universidade Feminista/UMAR, 2015. p. 164-174.
ARAÚJO, Clara. Partidos políticos e gênero: mediações nas rotas de ingresso das mulheres na representação política. Revista de Sociologia e Política, n. 24, 2005. p. 193-215.
BARBOSA, Tiago Alexandre Leme. Mulheres na elite partidária brasileira: uma análise exploratória das Comissões Executivas estaduais. Observatório de elites políticas e sociais do Brasil, Curitiba, v. 2, n. 10, 2015. p. 1-13.
BARREIRA, Irlys Alencar Firmo; GONÇALVES, Dannyelle Nilin. Presença e ausência de candidatas: mapeando representações de dirigentes partidários. In: ALVES; J. E.; PINTO, C.; JORDÃO, F. (Orgs). Mulheres nas eleições 2010. Associação Brasileira de Ciência Política, 2012. p. 315-332.
BARROS, Antonio Teixeira . Internet e política para mulheres: análise dos websites das parlamentares da Bancada Feminina do Congresso Nacional. Revista Democracia Digital e Governo Eletrônico, v. 1, n. 12, 2015. p. 183-211.
BARROS, Antonio Teixeira; RODRIGUES, Malena. Rehbein; MARTINS, Lúcio Meireles. Estratégias de educação política dos partidos políticos brasileiros: as iniciativas digitais. Contextualizaciones Latinoamericanas, v. 7, n.3, p. 1-20, 2015.
BARROS, Antonio Teixeira. Estratégias de educação política dos partidos brasileiros: as iniciativas digitais. Contextualizaciones Latinoamericanas, n.13, 2016a. p.17-31.
BARROS, Antonio Teixeira. Educação e legislação: desafios para o aprendizado político e a cultura democrática. Educação & Sociedade, v. 37, 2016b. p. 861-872.
BARROS, Antonio Teixeira. Os partidos políticos brasileiros e suas estratégias digitais para atrair o eleitorado feminino. Relatório de pesquisa. Brasília, 2017.
BARROS, Antonio Teixeira. Juventude e poder político local: a percepção e o discurso de jovens sobre as eleições municipais de 2016. Sociedade e Estado, v. 33, n.3, 2018. p. 849-886.
BARROS, Antonio Teixeira; BUSANELLO, Elisabete . Machismo discursivo: modos de interdição da voz das mulheres no parlamento brasileiro. Revista Estudos Feministas, v. 27, n.2, 2019. p. 1-15.
BARROS, Antonio Teixeira; BUSANELLO, Elisabete; MITOZO, Isabele B. Depois de eleitas: os desafios de deputadas federais para o exercício do mandato. Revista Brasileira de Estudos Políticos, n. 120, 2020. p. 3-22.
BERNAUER, Julian; GIGER, Nathalie; ROSSET, Jan. Mind the gap: Do proportional electoral systems foster a more equal representation of women and men, poor and rich?. International Political Science Review, v. 36, n. 1, p. 78-98, 2015.
BIROLI, Flávia. Divisão sexual do trabalho e democracia. Dados, v. 59, n. 3, 2016. p. 719-754.
BRAGA, Maria do Socorro S.; SPECK, Bruno W. Organização partidária e carreiras políticas no nível local. In: XII Encontro da Brazilian Studies Association (BRASA), 2014, Londres. Anais...Londres, King’s College London, 2014. p. 20-23.
CELIS, Karen; CHILDS, Sarah. The substantive representation of women: What to do with conservative claims?. Political Studies, v. 60, n. 1, p. 213-225, 2012.
CODATO, Adriano; BERLATTO, Fábia; BOLOGNESI, Bruno. Tipologia dos políticos de direita no Brasil: uma classificação empírica. Análise Social, n. 229, 2018. p. 870-897.
COSTA, Luiz Domingos; BOLOGNESI, Bruno; CODATO, Adriano. Variáveis sobre o recrutamento político e a questão de gênero no Parlamento brasileiro. In: SALGADO, D.; DANTAS, I. (Orgs). Partidos políticos e seu regime jurídico: o desenho constitucional dos partidos políticos. Curitiba: Juruá, p. 209-228, 2013.
CROWDER-MEYER, Melody; LAUDERDALE, Benjamin E. A partisan gap in the supply of female potential candidates in the United States. Research & Politics, v.1, n.1, 2014. p. 1-7.
CZUDNOWSKI, Moshe M. (1075) “Political Recruitment”. In F.I. Greenstein e N. W. Polsby (eds.), Micropolitical Theory. Handbook of Political Science. Reading Massachusetts, Addison-Wesley Publishing Company, v.2., p.34-65.
DUVERGER, Maurice. Os Partidos Políticos. Rio de Janeiro: Zahar, 1985.
ELDER, Laurel. The partisan gap among women state legislators. Journal of Women, Politics & Policy, v.33, n.1, 2012. p. 65-85.
FERREIRA, Pedro Ricardo Bernardo. As juventudes partidárias são uma escola? Dissertação de mestrado (Ciência Política). Universidade de Aveiro, 2012. 229f.
GOLDENBERG, Mirian. Mulheres & militantes. Estudos Feministas, v. 5, n. 2, 1997. p.349-364.
GOMES, Larissa Peixoto Vale. Elegendo mulheres: ideologia partidária, feminismo e inclusão de mulheres na política. Revista Eletrônica de Ciência Política, v.7, n.1, 2016. p. 51-64.
GUIMARÃES, Andre Rehbein Sathler; Malena Rehbein Rodrigues; Ricardo de João Braga. Oligarquia desvendada: Organização e estrutura dos Partidos Políticos Brasileiros. Dados, v. 62, n. 2, 2019. p.1-34.
HEIDAR, Knut. Party membership and participation”. In: KATZ, Richard S.; WILLIAM J. (Eds). Handbook of Party Politics. London: Sage, 2006. p. 301-315.
HAZAN, Reuven. Candidate Selection. In: LEDUC, L.; NORRIS, P. (Ed.). Comparing Democracies 2. New Challenges in the Study of Elections and Voting. London/New Delhi, Sage/Thousand Oaks, 2002.
KATZ, Richard S.; MAIR, Peter. Party organizations: a data handbook on party organizations in western democracies, 1960-90.London: Sage, 1992.
KLAR, Samara. When common identities decrease trust: An experimental study of Partisan women”. American Journal of Political Science, v. 62, n. 3, 2018. p. 610-622.
KING, Gary; KEOHANE, Robert O.; VERBA, Sidney. The importance of research design in political science. American Political Science Review, v.89, n.2, 1995. p.475-481.
KISH, Leslie. Methods for design effects. Journal of official Statistics, v. 11, n. 1, p. 55, 1995.
KOSIARA-PEDERSEN, Karina ; SCARROW, Susan; VAN HAUTE, Emilie. Variations in Party Affiliation: Does Form Shape Content. In: ECPR Joint Sessions of Workshops, Salamanca, April, 2014. Anais…Salamanca, 2014. p. 10-15.
LACERDA, Alan Daniel Freire. Ação coletiva e cooperação intermunicipal em duas metrópoles. Caderno CRH, v. 24, n. 61, 2011. p. 153-166.
LLOREN, Anouk. Le genre comme ressource politique au service de la citoyenneté sociale des femmes: Le cas du Parlement suisse. Cahiers du Genre, v. 55, n. 2, 2013. p. 149-170.
LOVENDUSKI, J. The Dynamics of Gender and Party Politics. In: LOVENDUSKI, J.; NORRIS, P. (eds.). Gender and Party Politics. London: Sage, 1993.
MACHADO, Amanda Santos. Recrutamento partidário de jovens no Rio Grande do Sul. Tese de doutoramento (Ciência Política). Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Ciência Política. 2016. 258f.
MATLAND, R. Estrategias para ampliar la participación femenina en el parlamento. El proceso de selección de candidatos legislativos y los sistemas electorales. In: MENDEZMONTALVO, M.; BALLINGTON, J. (Orgs). Mujeres en el Parlamento – más allá de los números. Stockholm: Institute for Democracy and Electoral Assistance, 2002.
MATOS, Marlise. Movimento e teoria feminista: é possível reconstruir a teoria feminista a partir do sul global?. Revista de sociologia e política, v. 18, n. 36, p. 67-92, 2010.
MERLO, Marina. Mulheres tomando partido e partidos fazendo candidatas: a atuação partidária na trajetória das eleitas. Tese (Doutorado em Ciência Política) – Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo. 2017.
MIGUEL, Luis Felipe; MARQUES, Danusa; MACHADO, Carlos. Capital familiar e carreira política no Brasil: gênero, partido e região nas trajetórias para a Câmara dos Deputados. Dados, v. 58, n. 3, 2015. p. 721-747.
MOISÉS, José Álvaro; SANCHEZ, Beatriz Rodrigues. Representação política das mulheres e Qualidade da Democracia: o caso do Brasil. In: MOISÉS, José Álvaro (Org.). O Congresso Nacional, os partidos políticos e o sistema de integridade: representação, participação e controle interinstitucional no Brasil contemporâneo. – Rio de Janeiro : Konrad Adenauer Stiftung, 2014. p. 89-115.
MORAES Peixoto, Vitor; GOULART, Nelson Luis Motta; SILVA , Gabriel Tisse. A cota, o partido e a mulher: duas décadas de vigência das cotas eleitorais de gênero sobre as candidaturas partidárias nas eleições municipais proporcionais (1996-2016). CSonline - Revista Eletrônica de Ciências Sociais, n. 23, 2017. p. 209-228.
NORRIS, Pippa. Recrutamento político”. Revista de Sociologia e Política, v. 21, n. 46, 2013. p. 11-32.
NORRIS, Pippa; INGLEHART, R. Women Politicians: Transforming Westminster?. In NORRIS, P.;LOVENDUSKI, P. (eds.). Women in Politics. Oxford: Oxford University, 1996.
NOVELLINO, Maria Salet Ferreira; TOLEDO, Maria Luíza Guerra. As mulheres no campo político: uma análise das candidaturas femininas às prefeituras brasileiras (2000-2016). Inclusão Social, v. 11, n. 2, 2018. p. 17-28.
PALUMBO, María Mercedes. Saber falar: construção do capital militante nos movimentos populares na Argentina. Íconos. Revista de Ciencias Sociales, n. 61, 2018. p. 179-202.
PERES, Paulo; Amanda MACHADO. Uma tipologia do recrutamento partidário. Opinião Pública, v.23, n.1, 2017. p. 126-167.
PINTO, Céli R. Paradoxos da participação política da mulher no Brasil. Revista USP, n. 49, 2001. p. 98-112.
PINTO, Celi Regina J.; SILVEIRA, Augusta. Mulheres com carreiras políticas longevas no legislativo brasileiro (1950-2014). Opinião Pública, v. 24, n. 1, 2018. p. 178-208.
POWER, T.; MOCHEL, M. Political recruitment in an executive-centric system: presidents, governors, and ministers in Brazil. In: Siavelis, P.; Morgenstein, S. (eds). Pathways to power: political recruitment and candidate selection in Latin America. Pennsylvania: Pennsylvania State University Press, 2008. p. 21-36.
RESENDE, Roberta Carnelos; EPITÁCIO, Sara. Mulheres à esquerda e à direita: carreiras políticas e partidos políticos”. Mediações - Revista de Ciências Sociais, v. 22, n. 1, 2017. p.350-366.
RIBEIRO, Ednaldo Aparecido. Voto compulsório: a desigualdade na participação política. Em Debate, v. 5, n. 4, 2013. p. 41-68.
RIBEIRO, Pedro F.; AMARAL, Oswaldo E. Party members and high-intensity participation: evidence from Brazil. Revista de Ciencia Política, v. 39, n. 3, 2019. p. 489-515.
ROMBALDI, Maurício. O capital militante: uma tentativa de definição. Plural, v. 13, 2006. p. 127-134.
SACCHET, Teresa. Representação política, representação de grupos e política de cotas: perspectivas e contendas feministas. Revista Estudos Feministas, v. 20, n. 2, p. 399-431, 2012.
SANTANO, Ana Claudia; BERTOLINI, Jaqueline Ferreira; RADOMSKI, Jaqueline. A presença das mulheres nos estatutos partidários de ontem, de hoje e de amanhã: um levantamento de dados”. Revista Ballot, Rio de Janeiro, v. 1, n. 2, 2015. p. 103-122.
SEIDL, Ernesto. Notas sobre ativismo juvenil, capital militante e intervenção política. Política & Sociedade, v. 13, n. 28, 2014. p. 63-78.
SCARROW, S. Beyound party members: changing approaches to partisan mobilization. Oxford: Oxford University Press, 2015.
SCHEEFFER, Fernando. Ideologia e comportamento parlamentar na Câmara dos Deputados. Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, v. 27, n. 2, 2018.
SOMBRA, Thiago. Teoria Democrática e a Ação Coletiva de Pequenos Grupos. Revista de Informação Legislativa, v. 53 n. 210, 2016. p. 203-210.
SPECK, Bruno Wilhelm. O efeito contagiante do sucesso feminino: A eleição de prefeitas e o impacto sobre as candidaturas nos próximos pleitos. Latin American Research Review, v. 53, n. 1, 2018. p. 57-75.
SIAVELIS, Peter M. Pathways to power: Political recruitment and candidate selection in Latin America. The Pennsylvania State University Press, 2012.
SILVA, Natalia. Socialización Política Juvenil y Construcción del Compromiso Político en Chile: el Caso del Programa de Formación Vívelo de las Juventudes de la Unión Demócrata Independiente (UDI). Anais do XXX Congreso Latinoamericano de Sociologia (ALAS), Costa Rica 2015. Disponível em: http://actacientifica.servicioit.cl/biblioteca/gt/GT10/GT10_SilvaN.pdf Consultado em 22/02/21.
SCHATTSCHNEIDER, E. E. The Semi-Sovereign People: A Realist's View of Democracy in America. New York: Holt, Rinehart and Winston, 1960.
TAROUCO, Gabriela da Silva; MADEIRA, Rafael Machado. Partidos, programas e o debate sobre esquerda e direita no Brasil. Revista de Sociologia e politica, v. 21, n. 45, p. 149-165, 2013.
THOMSEN, Danielle M. Why so few (Republican) women? Explaining the partisan imbalance of women in the US Congress. Legislative Studies Quarterly, v. 40, n. 2, 2015. p. 295-323.
THOMSEN, Danielle M.; SWERS, Michele L. Which women can run? Gender, partisanship, and candidate donor networks. Political Research Quarterly, v. 70, n. 2, 2017. p. 449-463.
VIANA, Nildo. Manifestações populares e luta de classes. Revista Enfrentamento, v. 8, n. 13, 2019. p. 25-35.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Agenda Política

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Direito Autoral
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License o que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões da revista.
- Após a primeira publicação, o autor tem autorização para assumir contratos adicionais, independentes da revista, para a divulgação do trabalho por outros meios (ex: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), desde que feita a citação completa da mesma autoria e da publicação original.
- O autor de um artigo já publicado tem permissão e é estimulado a distribuir o seu trabalho on-line, sempre com as devidas citações da primeira edição.