A construção cultural do mercado de risco de crédito soberano brasileiro: entre Estado e mercado / The cultural construction of brazilian sovereing credit risk market: between State and market
DOI:
https://doi.org/10.31990/10.31990/agenda.ano.volume.numeroResumo
O artigo tem como objetivo demonstrar como a manifestação do risco de crédito soberano é histórica e culturalmente situada e, portanto, constituída e desfeita a partir de disputas culturais e políticas, sob substrato financeiro e econômico. Nesses jogos as objetivações das avaliações e notas das agências classificadoras de risco ganham enorme legitimidade e poder. Para dar conta deste propósito são analisados dois momentos políticos considerados marcadores relevantes para a constituição da atual morfologia econômica e financeira do Brasil. O primeiro se refere a chamada “quarta-feira 13” do câmbio, ocorrida em 1999, considerada o deflagrador da crise do regime cambial brasileiro. O segundo em 2008, se refere a opção do pagamento da dívida externa brasileira. As tensões suscitadas por estes dois eventos e os debates que se seguiram implicaram em uma sequência de transformações na morfologia do mercado de títulos públicos e no aparato cultural responsável pela percepção e definição da noção de risco. A suposição proposta é de que a performação da noção de risco, produzida pelas agências de classificação de risco, incitam governos a adotar estratégias de ação em torno da minimização de riscos e aumento de suas credibilidades. A principal contribuição deste trabalho é explorar este importante objeto: o mercado de títulos públicos brasileiro, ainda pouco tratado pela sociologia das finanças brasileira e, tal como o referencial teórico internacional sugere, dimensionar em que medida as agências de classificação de risco de fato ‘docilizam’ o comportamento dos agentes do mercado, organizações e governos.
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