Subjetivação necropolítica e a materialidade do pós-estruturalismo
DOI:
https://doi.org/10.31990/agenda.2020.1.11Resumo
As teorias pós-estruturalistas podem ser produtivas aos debates atuais sobre racialidade, sexualidade, gênero e interseccionalidade. Este artigo recupera propostas metodológicas de Michel Foucault como a micropolítica e a genealogia do poder, abordando as tecnologias discursivas de dominação e os dispositivos biopolíticos de subjetivação. Em autores como Achille Mbembe e Paul Preciado, os conceitos foucaultianos são operacionalizados expondo como a dominação discursiva está atrelada à subjetivação necropolítica dos grupos populacionais racializados e sexualizados. A metodologia interseccional evidencia a operação social de um conjunto de regimes de poder, como o racismo, o sexismo e o capitalismo, que conjuntamente constroem organizações sociais hierárquicas e exploratórias, produzindo condições de vida precarizadas e violentas. A metodologia micropolítica-genealógica problematiza a centralidade e a neutralidade estatais, e também o estrutural-economicismo presente nas teorias marxistas de viés ortodoxista; assim, contribui-se para a crítica e o combate aos diversos regimes de dominação política e discursiva que operam imbricados.
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